DIÁRIO DE VIAGEM 5 | OS PIRATAS CROATAS: ZAGREB, SPLIT E DUBROVNIK
A seguir à Eslovénia, o destino eleito foi a plural Croácia. As nossas únicas referências em relação a este país convergiam para duas matérias: futebol e turismo. Portanto, nada melhor do que visitar a Croácia para adentrar na sua história, geografia e cultura. De autocarro, rumámos de Liubliana em direcção a Zagreb.
📍ZAGREB
Quando chegámos à capital croata ainda não tínhamos planos definidos: nem quanto ao número de dias a ficar, nem em que alojamento pernoitar. Por isso, já na estação de autocarros de Zagreb, ficámos a planear como seriam os próximos dias. Após muito debate (mas mesmo muito!), acabámos por optar por ficar 2 dias/noites na capital, tendo ficado alojados num hostel em pleno centro, o que nos permitiria poupar tempo em deslocações e, assim, percorrer a pé todos os principais pontos da cidade.
Aquela decisão em cima do joelho viria a revelar-se a mais acertada. O hostel onde pernoitámos era muito confortável, quentinho e limpinho, além de que ficava perto de todas as principais atracções da cidade. Nesse dia, após deixarmos as malas no hostel, demos um salto ao centro e fomos tirar o pulso à cidade.
No dia seguinte, acordámos cedinho e fomos desbravar todas as ruas, vielas e esquinas daquela mistura de Lisboa e Bucareste que, para nós, parecia Zagreb. Ou seja, é uma fusão entre o tradicional e o moderno com um toque de leste europeu.
Num dos miradouros da cidade, pudemos contemplar a panorâmica de todas as casinhas e edifícios, criando um mosaico de cor e encanto. Por momentos, remeteu-nos para os miradouros lisboetas, sem ter, contudo, o rio ao longe.
Sentimos ser uma cidade agradável para se viver, estudar e trabalhar, com diversidade de serviços terciários, com uma boa rede de transportes públicos e com habitantes de outras nacionalidades/proveniências. No cômputo geral, ficámos muito agradados com esta cidade: recomendamos a visita!
Posteriormente, como tínhamos a intenção de conhecer a costa litoral croata, debatemos por qual cidade haveríamos de começar a nossa rota litoral. Considerando que a costa croata compreende a dimensão de mais de 5 mil quilómetros (1770 km de costa mais 4000 km de costa insular das suas mais de 1000 ilhas e ilhéus), urgiu, por uma questão de sustentabilidade financeira, definir um plano que englobasse até duas principais paragens e, em volta desses locais, poder fazer pequenas viagens. Portanto, tínhamos algumas hipóteses em cima da mesa, uma delas incluía a cidade de Zadar e outra a cidade de Split. Analisando os prós e contras, Split oferecia-nos mais vantagens de custo-benefício, o que culminou na nossa decisão de rumar até lá.
📍SPLIT
Já no autocarro entre Zagreb e Split, pudemos contemplar paisagens belíssimas, desde florestas em tons outonais, lagos deslumbrantes, montanhas, desfiladeiros, casas salpicando as terras, rios a adentrar nas colinas, entre muitas outras preciosidades. Viajar sobre rodas tem destas coisas. Quando nos aproximámos de Split, vimos ao longe que a cidade nos ofereceria numerosas possibilidades turísticas e naturais. Para nós, que adoramos natureza, foi um verdadeiro bálsamo.
Fomos deixar as nossas malas ao
apartamento que alugámos e fomos, ao entardecer, visualizar um dos pores-do-sol
mais bonitos da nossa vida. Split soube acolher-nos tão bem...
Nos dias seguintes, deixámo-nos maravilhar pela graciosidade e serenidade da cidade banhada pelo Mar Adriático. As imagens capturadas não nos dão espaço às palavras. Como dizia o poeta, ver uma fotografia é reviver aquele momento como se fosse a primeira vez.
Fizemos de tudo um pouco: praia, piqueniques, caminhadas, subidas à montanha, idas aos portos marítimos, num dia fomos ver o nascer do sol, noutros o pôr-do-sol, houve dias mais activos e outros de maior relaxamento. O nosso estado de espírito determinava um roteiro dia-a-dia. Sem pressas e sem pressões. Assim vivemos em paz e harmonia naqueles dias em Split.
📍DUBROVNIK
Estando ali, teríamos várias opções de viagens. Dada a localização estratégica, poderíamos deslocar-nos de barco a outras ilhas ali à volta ou de autocarro a outras cidades. Por questões logísticas e orçamentais, optámos por nos concentrarmos num só local. Portanto, acabámos por ir a Dubrovnik – referência croata no mundo por, entre outros, ter sido o local das gravações da aclamada série Game of Thrones (Guerra dos Tronos).
O burburinho espoletado em torno dessa série inscreveu Dubrovnik no mapa como um destino indispensável a visitar na Croácia. E também seduzidos pelas belas imagens que já tínhamos visto nas redes sociais, tudo isso ainda aguçou mais a nossa curiosidade.
No que toca ao percurso de Split até Dubrovnik, feito, mais uma vez, de autocarro, podemos dizer que, além de ser um prolongamento de Split, é uma preparação para o que viriam a ser as paisagens sumptuosas de Dubrovnik.
Uma curiosidade é que, embora Dubrovnik pertença à Croácia, para entrar lá, é necessário passar pelas fronteiras – à entrada e à saída – da Bósnia e Herzegovina. Portanto, tivemos de apresentar os nossos documentos de identificação nessas fronteiras, correndo tudo normalmente.
Após 5h de viagem, lá chegámos a Dubrovnik, tendo ido deixar os nossos pertences ao Airbnb alugado. A casa distava uns 4 quilómetros do centro histórico, mas, ao mesmo tempo, já ficava perto das áreas balneares e naturais da cidade, o que acabou por compensar. Além disso, como já estamos mais que habituados a fazer longas caminhadas, ter de cumprir alguns quilómetros diários é uma maneira de nos mantermos activos – há que olhar sempre para o lado positivo de tudo.
No primeiro dia, fomos até ao
centro histórico, à Old Town, e lá vislumbrámos uma cidade muralhada e
fortificada de enormes dimensões, rodeada pelo majestoso Mar Adriático. Um
porto repleto de embarcações ora de pequeno ora de grande porte. Além disso,
havia alguns barcos a levar turistas a algumas ilhas ali próximas. Ao longe, fomos
avistando algumas praias. Dizer que as praias, tanto em Split como em
Dubrovnik, têm o piso totalmente coberto de pedras – algo característico na
costa croata. Aconselha-se o uso de sapatos/chinelos de praia. A água, pela sua
cor verde esmeralda, é bastante convidativa, garantimos. Contudo, diríamos,
mais no Verão. :p Ainda assim, apanhámos corajosos. Eles estão em todo o
lado. ;)
Meio que perdidos, deixámo-nos
conduzir pelas ruas estreitas e labirínticas da cidade, indo culminar, por total mero
feliz acaso, num inesquecível pôr-do-sol. Mais tarde, fomos pesquisar o nome do
local onde estivemos e, para quem quiser apontar, chama-se: Cafe Buza.
Nos restantes 3 dias (ficámos 4
dias em Dubrovnik) fizemos de tudo um pouco, mas, principalmente, deixámo-nos
embebecer pela beleza natural e paisagística daquela cidade com um toque
singular. Curiosamente, logo no primeiro dia, observámos que a maior parte dos
turistas ali presentes eram anglo-saxónicos, principalmente, norte-americanos.
Com o passar do tempo, e por pesquisas que fizemos, concluímos que Dubrovnik
era um destino muito atractivo e apetecido pelos norte-americanos, por várias
razões: desde o facto de serem lá gravadas várias séries e longa-metragens, pelo
investimento económico e turístico em unidades hoteleiras para alojar a equipa
dessas produções, pelas relações diplomáticas e económicas entre a Croácia e os
Estados Unidos, entre outros motivos. O que é certo é que, durante as nossas
caminhadas junto à zona de Babin Kuk (ver imagens abaixo), vimos imensos hotéis
luxuosos e alguns americanos a circular por lá.
De regresso a Split para partir para outras latitudes, viemos com a garantia de que a costa croata é um verdadeiro tesouro que muitos "piratas" lhe andam a tentar deitar a mão. De lá trouxemos o que é mais valioso: a lonjura das memórias que ali vivemos. Para bravos mares, valentes marinheiros. Lancem-se ao mar da Croácia: vale muito a pena navegá-lo!
Até breve!
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