Pelos caminhos (do norte) de Portugal: Gerês, Chaves, Montalegre, Boticas, Mirandela, Amarante
Portugal é um país pequenino e concentrado em belezas naturais.
Agora que temos estado mais pelo nosso país, temos
aproveitado para conhecê-lo mais aprofundadamente. Neste caso, nas últimas
semanas de 2020, pudemos adentrar mais no território a norte, nomeadamente, na região do
Gerês e de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Curiosamente, no final de Novembro de 2020 foi a primeira vez que fizemos uma road trip de 3 dias pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês, podendo descobrir recantos mágicos, cascatas, miradouros, parques, etc.
Estivemos hospedados no hotel Selina Gerês que, dada a
localização no coração do Gerês, recomendamos muito. Um local em simbiose com a
natureza que nos envolve numa paz de espírito salutar para os dias que correm. Além
de contar com quartos partilhados, duplos e individuais, têm toda uma área com
tendas (glamping) e um bar, restaurante, cinema, terraço, coworking, deck de yoga e uma piscina externa. Fosse Verão e teríamos
experimentado tudinho! Dizer que o Selina Gerês está preparado para receber todo o tipo
de hóspedes, desde famílias, viajantes, trabalhadores remotos, etc. É quase um
coliving, na medida em que dispõe de espaços para viver, trabalhar, exercitar
o corpo, a mente e o espírito. Uma reunião de ingredientes perfeitos para ter uma experiência completa em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Já no final de Dezembro de 2020, partimos em direcção à região de Trás-os-Montes e Alto Douro, região que nos suscitava muito interesse e curiosidade. Mais uma
vez, a nossa road trip teve a duração de 3 dias, o que nos permitiu conhecer
várias vilas e cidades naquela região, neste caso, Vidago, Chaves, Montalegre, Boticas
e Mirandela.
Pelo caminho até Chaves, quisemos parar na vila de Vidago. É
bastante pequena, mas cercada de natureza – detalhe que para nós é essencial em
qualquer viagem. Pois bem, parámos junto ao Parque de Vidago em cuja área
está instalado o famoso e majestoso Palácio de Vidago que, actualmente, serve de espaço ao Palace Vidago Hotel. Nessa área, encontra-se também o balneário termal de Vidago. Infelizmente, foi-nos
vedada a entrada e a visita ao Parque devido à situação pandémica, o que noutra
altura seria completamente acessível. Ficamos desgostosos, mas, com certeza,
visitaremos aquele local noutra altura.
Tendo chegado ao final da tarde a Chaves, ficámos instalados no Petrus Hotel, com uma localização central e um edifício imponente. O nosso quarto era bastante acolhedor com o extra especial de ter vista para um dos ex-libris da cidade: o Castelo de Chaves. Deixámos o nosso agradecimento público ao director João Guedes por nos ter recebido tão bem.
O dia seguinte foi tão bem aproveitado que ficámos a
conhecer sítios lindíssimos que a todos recomendámos visitar. Pérolas de beleza natural
com que o nosso Portugal nos presenteia.
De manhã, aproveitando o tempo soalheiro, rumámos em
direcção a Montalegre. Ficámos encantados com as paisagens que fomos vislumbrando
pelo caminho e, eis que chegados a Montalegre, fomos conhecer o centro da vila e,
claro está, o seu afamado Castelo.
À hora do almoço, fomos até à freguesia de Vilarinho de Negrões, conhecida
como uma das aldeias mais bonitas de Portugal. Ali, junto ao Rio Rabagão,
fizemos um piquenique e deliciámo-nos com a extensa e sumptuosa paisagem circundante.
Um verdadeiro oásis por entre os montes e vales da região montalegrense.
Antes de ir até Boticas como tínhamos previsto, numa rápida
pesquisa na internet, descobrimos no mapa o Boticas Parque - Natureza e Biodiversidade. Ali chegados, ficámos absolutamente deslumbrados com a
área natural ali viva, pulsante e preservada. Podemos dizer que foi a maior
surpresa do dia – um lugar mágico onde a natureza é verdadeiramente respeitada e
elevada. A visita é totalmente gratuita e recheada de recantos belíssimos. Quem
adora natureza como nós irá ficar deliciado com este Parque, que, para nós, se
destaca dos vários parques que já visitámos em Portugal.
Como já era quase de noite e estava muito frio, passámos de
carro por Boticas e regressámos logo a Chaves.
Lá aproveitámos para visitar o Castelo, percorremos todas as ruas e ruelas,
passeámos junto ao Rio Tâmega e atravessámos o ex-libris da cidade, a Ponte Romana ou a Ponte de Trajano.
Esta última de uma beleza estonteante, dividindo as duas partes da cidade e proporcionando
uma vista sobre o horizonte entardecido daquele fim de dia realmente vivido e
intenso.
Fomos descansar para na manhã seguinte rumarmos ao próximo
destino. Desta feita, finalmente, Mirandela. Dizemos “finalmente”, porque
estivemos várias vezes para ir até ali noutras viagens anteriores, mas ainda
não se tinha proporcionado. Pois bem, quando ali chegámos estava tanto, mas
tanto, frio que nem conseguíamos mexer os músculos para caminhar pela cidade. Da
primeira vez que ali tínhamos passado, de autocarro no caso, a topografia da
cidade fazia-nos lembrar Barcelos, pelas pontes e pelo rio (neste caso, passa por ali o Rio Tua).
À tarde fomos para o quentinho (eheh), sendo amavelmente recebidos pelo Ricardo e pela filha da Sandra, proprietária da Dona Fina Guest House. Ficámos absolutamente fascinados com este aconchegante, charmoso, requintado e singular alojamento. Toda a concepção e decoração foram pensadas ao detalhe para proporcionarem aos hóspedes a sensação familiar de lar. Um lugar repleto de histórias de visitantes e viajantes de todas as partes do mundo. O nosso agradecimento público à Sandra pela sua hospitalidade e carinho em receber-nos na sua “casa”. Já sabem, a nossa escolha número um para ficar em Mirandela é o incrível alojamento Dona Fina Guest House. Um lugar que nos transporta no tempo.
Após termos recarregado baterias, era hora de regressar a casa. Mas antes de chegarmos a Barcelos, passámos por outra cidade que ainda não conhecíamos: Amarante. Pois bem, mais uma vez, fomos surpreendidos com outra cidade portuguesa lindíssima. Banhada pelo Rio Tâmega, Amarante reúne as características ideais para nos apaixonarmos à primeira vista: uma fusão de rústico, pitoresco, arquitectónico, paisagístico e natural. Um conjunto de casinhas coloridas junto à encosta do rio, com várias lojas e cafés, remeteram-nos imediatamente para a atmosfera da costa litoral italiana. Além disso, deambulámos pelas imensas ruelas e visitámos também o Parque Florestal de Amarante. Têm mesmo de conhecer esta cidade mais interior do distrito do Porto. Prometemos que vão adorar!
E, assim, terminou a nossa curta e intensa viagem (como já
é nossa tradição eheh). Portugal é um país que nos continua a surpreender,
porque também nós nos permitimos a essa surpresa constante, com o nosso olhar límpido e
cristalino, tal como as crianças e a sua inocência.
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
- Alberto Caeiro
Comentários
Enviar um comentário